sábado, 30 de novembro de 2013
E o Silêncio...
O conto O Suor das Feras e o Silêncio de Luiza Nilo Nunes, escrito na primavera de 2010, nasce inicialmente de um desejo de concretizar através da palavra o que a autora denomina por “um caudal avermelhado de imagens, um ofuscado e diabólico espelho, onde figuras estranhas se anunciam, assopram os seus segredos e desaparecem”. Posteriormente é através da sonoridade de Babalith que este texto concretiza uma segunda visão: é a visão auricular das vozes, a música e o grito; sons terrestres e ctónicos que conferem às palavras uma vertigem inicial, matricial e exangue. Trata-se sobretudo de uma ilustração sonora – um gesto de fazer murmurar e gritar e ecoar uma história: a história de um lugar inexorável, um lugar à distância do tempo onde um rapaz melancólico (dividido entre espelhos narcisísticos e o amor incestuoso, dividido entre a morte e a violência monstruosa das feras) encontra na treva uma espécie de saída para a luz do dia, uma espécie lírica e angustiada de regresso.
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